Nossa História
Em 1979...
um pequeno grupo de casais, a maioria recém-casados, membros da Igreja Presbiteriana Nacional e outros da Igreja Presbiteriana de Brasília, começaram a se reunir para estudo da Bíblia, convivência e oração. No princípio, nossas conversas e o objeto dos nossos estudos era a família e a criação de filhos, uma vez que quase todos estavam entrando pela primeira vez no território da paternidade e da maternidade. Foram alguns meses de encontros semanais e um acampamento para tratar deste assunto. O segundo tema que escolhemos para os nossos estudos, discussões e oração foi o da igreja e nossa participação nela. Para este assunto, além da Bíblia, escolhemos o livro: “Igreja: Corpo Vivo de Cristo” de Ray Stedman para nos ajudar a olhar para a igreja e compreende-la melhor. Foi um livro revolucionário para aquele tempo, apresentando a igreja como uma comunidade viva que integra cada membro num ministério de acordo com seu dom. Estes estudos e debates criaram em nós um novo amor e zelo pela igreja. A parte do grupo que na época era membros da Igreja Presbiteriana Nacional decidiram que iriam se envolver mais comprometidamente com a igreja. E assim foi feito. Começaram a participar como professores da escola dominical, a se interessarem pelos desafios da igreja e apresentar sugestões para mudanças que julgavam necessárias. Naquele tempo eu estava no seminário preparando-me para o ministério e trabalhando como um estagiário na Igreja Presbiteriana Nacional. Os anos de 1979 e 1980 foram intensamente vividos por nós. Construímos neste período uma amizade e uma visão que até hoje acompanha boa parte dos que estiveram lá. Em meados de 1980 começamos a pensar na possibilidade de plantarmos uma igreja. Estávamos em meio à crise do petróleo, o preço do combustível estava elevadíssimo e, boa parte do grupo morava no final da Asa Norte e a igreja ficava na Asa Sul. Isto na época representava uma distância e custo considerável o que nos levou a pensar na possibilidade de começarmos uma igreja no final da Asa Norte, uma vez que não havia uma igreja Presbiteriana naquela região da cidade. Levamos a ideia para o Rev. Aristeu Pires, na época pastor da Igreja Presbiteriana Nacional que, como sempre fazia, acolheu a proposta e nos deu todo apoio. Iniciamos assim o Ponto de Pregação da Igreja Presbiteriana Nacional no final da Asa Norte, usando as dependências do Summer Institute of Linguistics (Instituto Linguístico de Verão – SIL) para nossas reuniões que aconteciam nas tardes de domingo. Era um grupo pequeno, quase todos recém-casados, com filhos recém-nascidos, cheios de esperança e sonhos, tanto para a família como para a igreja. Uma das preocupações que muito nos marcou naquele início era a de que queríamos uma igreja para os nossos filhos. Esta afirmação declarava nossa intenção de uma igreja que olhava para o futuro, para a geração que estava por vir. Uma igreja que não se acomodaria dentro dos modelos resistentes e fechados às mudanças, uma igreja em que nossos filhos pudessem crescer e aprender a temer ao Senhor e a servi-lo com alegria. Durante o resto de 1980 nos reunimos às tardes de domingo na SIL e, pela manhã e noite estávamos na IPN. Era muito cansativo para o grupo, mas achamos que seria importante preservar o vinculo com a IPN naquele primeiro momento. Isto porque, no início, havia uma resistência por parte de alguns membros da IPN; resistência natural e compreensível pois era um período em que a igreja começava a construção de seu novo templo e precisava contar com o apoio e recursos de todos. Por isto, decidimos que todas as nossas ofertas, dízimos e contribuições seriam enviadas à IPN como forma de demonstrar nosso interesse em preservar os vínculos de paz e comunhão com os irmãos. Durante este período nossos encontros foram regulares e percebíamos um entusiasmo cada vez maior entre o grupo. Não era um entusiasmo imaturo, uma empolgação passageira, havia uma nova consciência de ser e viver a igreja. No final de 1981 o Rev. Aristeu achou que era hora de transformar o Ponto de Pregação em Congregação. Por uma questão estratégica, o Rev. Aristeu anunciou que iria propor na reunião do Conselho da IPN, que a Congregação fosse vinculada ao Presbitério de Brasília e não à IPN, o que daria uma maior liberdade para a Congregação, principalmente na elaboração do seu orçamento, porque a esta altura já contava com um grupo capaz de mantê-la economicamente. Fomos para a reunião do Conselho da IPN em jejum e oração. Como representantes da Congregação estavam presentes o Rubem Amorese, Moacir Silva e eu. Havíamos decidido que só aceitaríamos uma decisão que fosse unânime por parte do Conselho da IPN. Sabíamos que a decisão não seria fácil uma vez que muitos de nós estávamos envolvidos em diversas atividades na IPN e, como já disse, ela estava em processo de construção e necessitava de todos os recursos disponíveis. No entanto, para nossa surpresa, confirmando mais uma vez a vontade do Senhor, a proposta foi aceita de forma tranquila, unânime e pacífica e, na reunião ordinária do Presbitério de Brasília de janeiro de 1982, o Ponto de Pregação foi transformado em Congregação Presbiterial da Asa Norte, e o Rev. Eudaldo Silva Lima foi nomeado tutor da congregação. Em uma assembléia realizada no dia 10 de janeiro de 1982, foi eleita a seguinte diretoria para dirigir os trabalhos da congregação: Presidente: Ricardo Barbosa de Sousa, Vice-Presidente: José Carlos Segura, Secretário: Rubem Martins Amorese e Tesoureiro: Wagner de Souza Sifuentes. Neste ano começamos nosso programa de escola dominical pela manhã e o horário do culto manteve-se às 18:00h e, uma vez por mês, o Rev. Eudaldo ministrava os atos pastorais. Nossa prioridade eram as crianças uma vez que sonhávamos com uma igreja para elas. Priorizamos também, desde o início, a pessoa ao invés da instituição. Decidimos que iríamos investir mais em programas missionários, pastorais e sociais do que em estruturas e burocracias. Nascia assim nosso primeiro compromisso missionário. Em 1982 a congregação já contava com um grupo de aproximadamente 50 pessoas adultas e uma receita que permitia seu auto-sustento. Neste mesmo ano foi encaminhado ao Presbitério de Brasília o pedido de minha ordenação e de organização da Congregação Presbiterial da Asa Norte em Igreja. Ambos foram atendidos e, no dia 15 de agosto, no auditório do SIL foi realizado o culto de ordenação, e no mesmo ano, em 21 de novembro, o culto de organização da Igreja Presbiteriana do Planalto. Escolhemos este nome porque não sabíamos onde seria nossa sede no futuro, por isso, optamos por um nome neutro. O primeiro Conselho da IPP foi composto pelos seguintes irmãos: Rogério César de Almeida Ribeiro, Rubem Martins Amorese e Edson Bueno Costa; a Junta Diaconal: Moacir Silva Júnior, José Carlos Segura e Eduardo Barbosa de Sousa e Jabes Werner Júnior. Com exceção do Rogério e Moacir e Edson, todos continuam servindo a Deus entre nós.